Endometriose, a doença da mulher moderna

De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, cerca de 7 milhões de mulheres são afetadas pela endometriose no país. É uma doença caracterizada pela presença do endométrio (tecido que reveste o interior do útero) para fora da cavidade uterina, atingindo outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestino e bexiga.

A enfermidade pode causar dor pélvica crônica, infertilidade, dores e muitas vezes ser assintomática, em muitos casos influenciando a qualidade de vida conjugal.Para entender como ocorre, é necessário, em primeiro lugar, compreender como funciona a menstruação.
Todo mês o endométrio se torna mais espesso à espera de um óvulo fecundado. Quando a gravidez não acontece, esse espessamento do endométrio descama, tanto para fora como para dentro da cavidade.

Foto Ilustrativa - Endometriose


“O endométrio não deve se expandir para outros órgãos. Quando isso se dá, causa uma reação inflamatória que pode ser discreta ou de forte intensidade. A partir daí, a mulher começa a sentir os sintomas da endometriose – cólicas menstruais, inchaço abdominal, dor durante o sexo e alterações intestinais, entre outras”, explica o ginecologista Marcos Tcherniakovsky, membro da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).



Segundo ele, a endometriose é conhecida como a doença da mulher moderna, pois devida a mesma ter varias funções diárias, como de ser dona de casa, esposa, mãe, além de profissional. “Com isso, obviamente, acaba ficando estressada, com a imunidade baixa. Então é mais receptiva à endometriose, que tem um componente imunológico e genético”.

Aquelas que nunca engravidaram têm maior quantidade de ciclos menstruais e por consequência chance aumentada de desenvolver a doença.

“Fora isso existe o fator hereditário. Hoje se sabe que filhas de mães que já tiveram endometriose são mais propensas. E por fim existe a causa genética”, ressalta o médico.
A endometriose pode interferir na qualidade de vida da mulher e do casal. Dependendo do nível da inflamação, haverá aderência dos órgãos afetados. Em outros casos, a mulher sente dor durante a relação sexual, o que acaba prejudicando o relacionamento.

O tratamento depende da gravidade dos sintomas e pode ser feito com medicamentos e ou com um procedimento cirúrgico, a laparoscopia.

"Em caso de dor pélvica crônica, será tratada com analgésico e anti-inflamatório e vamos também suspender a menstruação com os anticoncepcionais. Se o caso for de infertilidade, faremos tratamento para o problema”, revela Tcherniakovsky.

O ginecologista lembra que em algumas situações os sintomas podem persistir, mas sempre temos que ter como tratamento final a melhora da qualidade de vida da paciente.

“É comum as mulheres portadoras de endometriose falarem que não há cura para essa doença, mas o mais importante é elas saberem que existe o controle, não diferente do que ocorre com outras doenças que conhecemos, como diabetes, hipertensão”,
O ginecologista lembra que não existe uma regra geral que possa ser feita para todos. Cada caso tem de ser individualizado.





















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