Atenção ao câncer do sistema nervoso central

No dia 27 de novembro será celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer,
doença que se desenvolve em várias partes do corpo e, em muitos casos,
de difíceis diagnóstico, tratamento e cura. O sistema nervoso central (SNC)
também pode ser atingido por tumores que, apesar de não serem os mais recorrentes, merecem atenção.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes
da Silva (INCA), ocorreram no Brasil 5.440 casos novos de câncer do sistema
nervoso central em homens e 4.830 em mulheres em 2016. Esse tipo da
doença é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como
primário quando tem origem em células do próprio sistema nervoso, e
secundário ou metastático quando surge em outros órgãos e se dissemina
atingindo o SNC. Pode acometer o encéfalo e as meninges com maior
frequência, mas também a medula e os nervos cranianos e espinhais.

“Os tumores secundários são os mais frequentes em adultos e podem
ocorrer na evolução de praticamente todos os tipos de câncer.
Os mais comuns são aqueles originados no pulmão, na mama e na
melanoma (pele). Já os primários são bem mais raros”, explica a
neurologista Suzana Maria Fleuri Malheiros, coordenadora do Departamento Científico de Neuro-oncologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).



A médica ressalta que, diferentemente do que ocorre em vários tipos
de câncer, ainda não se sabe como prevenir os tumores primários do SNC
nem diagnosticar precocemente, pois exames que comprovariam o tumor
não são feitos de forma rotineira.

“Os fatores de risco para o desenvolvimento de tumores primários do sistema nervoso ainda não são esclarecidos. A exposição à radiação é o único comprovado. Algumas síndromes genéticas familiares raras também estão associadas a esses tumores”, informa a especialista.

Os sintomas variam dependendo da localização e da velocidade de crescimento do tumor. Dor de cabeça, náuseas, vômitos e crises epilépticas são os mais frequentes. “Dependendo do local, podemos observar também sinais de comprometimento da função da área afetada como, por exemplo, alterações motoras ou de sensibilidade, de visão, de audição, de linguagem, de personalidade, déficits de memória e desorientação”, destaca Suzana Malheiros.

A identificação desse tipo de câncer é feita a partir da tomografia
computadorizada e da ressonância magnética, ambos com utilização de
contraste. Mas o diagnóstico definitivo só pode ser comprovado com
a realização da biópsia ou ressecção do tumor.

O tratamento dos tumores do SNC compreende duas etapas: medicamentos para melhorar a qualidade de vida do paciente e o cuidado específico visando o controle do tumor, que inclui, habitualmente, cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Apesar da gravidade da doença, a especialista tem uma boa notícia. “O uso de testes para avaliação das alterações genéticas de cada tipo de tumor tem avançado nos últimos anos e tende a se tornar uma peça essencial para a escolha de tratamentos mais específicos no futuro.”














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